quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Seleção Brasileira na década de 80

Nos anos 80, o sistema de disputa adotado em 1975 e 1979 permaneceu para 1983. A seleção brasileira caiu no Grupo A, com Argentina e Equador. Era a terceira vez que brasileiros e argentinos ficavam no mesmo grupo. E como nas duas vezes anteriores, o Brasil superou o rival e se classificou à fase semifinal. Os dois países terminaram com o mesmo número de pontos. Os brasileiros, porém, tiveram uma vitória a mais: duas contra uma. Na semifinal, a equipe voltou a enfrentar o Paraguai. No primeiro jogo, em Assunção, houve um empate em 1 a 1, e na partida de volta, em Uberlândia, novo empate em 0 a 0. Os brasileiros ficaram com vaga, pois tinham marcado um gol fora de casa. O adversário na final foi o Uruguai, que passou pelo Peru. A primeira partida foi disputada em Montevidéu e a equipe da casa, com apoio de mais de 60 mil torcedores, venceu por 2 a 0. A revanche foi programada para Fonte Nova, em Salvador. Cerca de 90 mil baianos compareceram ao jogo, esperando ver a seleção levantar a taça após 34 anos. Contudo não foi dessa vez, que os brasileiros voltaram a vencer a competição. Um empate em 1 a 1 garantiu ao Uruguai a 12ª conquista. 

Em 1987, a Copa América voltou a ter sede única. Mas o regulamento continuou o mesmo: três grupos de três, em que o primeiro colocado passava a fase seguinte. Como nas edições anteriores, o campeão tinha presença assegurada na semifinal.

O Brasil ficou no Grupo B, com sede em Córdoba, ao lado de Chile e Venezuela. Na primeira partida ganhou da Venezuela por 5 a 0. Tudo leva a quer que o Brasil não teria muita dificuldade para se classificar. No jogo contra o Chile, precisava apenas de um empate, pois o adversário tinha vencido a Venezuela por 3 a 1 e, portanto, tinha um saldo inferior. 

Na partida, porém, a história foi outra. Os chilenos além de ganhar, aplicaram uma goleada histórica por 4 a 0. Nas semifinais, o Chile eliminou a Colômbia por 2 a 1 e o Uruguai surpreendeu a Argentina, em pleno Monumental de Nuñez, por 1 a 0. Campeões em 1983, os uruguaios buscavam o 13º título, enquanto o Chile corria atrás do primeiro. Um gol de Bengoechea, porém, acabou com o sonho chileno. 

Após quarenta anos, a Copa América voltou a ser realizada no Brasil. Em 1989, o regulamento foi modificado. As dez seleções foram dividida em dois grupos, com os dois primeiros se classificando para fase final. 

No Grupo A, com sede em Salvador e Recife, ficaram Brasil, Paraguai, Colômbia, Peru e Venezuela. O Grupo B, com sede em Goiânia, teve Argentina, Uruguai, Chile, Equador e Bolívia. 

A seleção brasileira teve um início complicado. Sem o apoio da torcida baiana, que estava descontente pela não convocação do centroavante Charles, do Bahia, ganhou da Venezuela por 3 a 1, e nas partidas seguintes na passou de dois empates em 0 a 0 com Peru e Colômbia, deixando o ambiente ainda mais pesado. 

Enquanto isso, o Paraguai ganhou todos os compromissos. Na última partida, frente ao líder do grupo, disputada em Recife, o time de Sebastião Lazaroni teve, enfim, uma atuação destacada. Mesmo vencendo por 2 a 0, a equipe brasileira terminou na segunda colocação, atrás do próprio Paraguai. 

No Grupo B, em Goiânia, a Argentina se classificou em primeiro, com seis pontos. Logo atrás, três seleções (Uruguai, Chile e Equador) terminaram com quatro pontos. O Uruguai ficou com a vaga pelo critério saldo de gols. 

A fase final foi disputada no Rio de Janeiro. O primeiro jogo foi frente à Argentina. Numa grande atuação do time, com destaque para Bebeto e Romário, o Brasil ganhou por 2 a 0. Com a auto-estima elevada, os brasileiros enfrentaram na partida seguinte o Paraguai e não tiveram dificuldade para vencer por 3 a 0. 

O adversário na última partida foi o Uruguai. Os uruguaios, que fizeram uma campanha irregular na primeira fase, se recuperaram conseguindo duas vitórias: 2 a 0 na Argentina e 3 a 0 no Paraguai. O jogo era uma repetição da final da Copa de 1950, quando os brasileiros perderam o título em casa. A data era a mesma: 16 de junho. Com o Maracanã lotado, os brasileiros buscavam um título, que o país não ganhava desde 1949. Um gol de Romário no segundo tempo, pós fim ao jejum. 

Por: Vando Jesus

Nenhum comentário:

Postar um comentário